sábado, 14 de agosto de 2010

Uma carta de solidão

Escrevo à felicidade tão afastada de mim,
Essas letras tremidas suplicando-a de volta.
Escrevo pela tristeza que se alojou aqui,
Essas frases de dor e de amor sem resposta.

Como companhia tenho a febre exaustiva
E uns velhos livros na estante.
Saber ler não me dá nenhuma perspectiva
Saber escrever muda meu semblante.

Escrevo-te porque te quero depressa
Para matar minha sede interminável,
Uma sede deprimente e deplorável
Sede de algo em que a felicidade seja expressa.

Vejo ao redor as pessoas tão sozinhas,
Vejo ao redor elas tão felizes
E tento entender o porque das dores minhas,
Não há remédio para minhas cicatrizes.


Venha! Estou cercado de gente
E, no entanto, sou o mais sozinho
Esperoo-te agora e verei o que sente
Volte e comprove de perto o que sinto.

Despeço-me e desculpo-me pela pertinência
É que já não sei quanto tempo aguentarei
Espero-te aqui e não quero que se vá.
Pois tudo que você me ensina ainda não sei.

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